No dia a dia do consultório percebo que quase 70% das queixas sobre disfunção erétil (dificuldade de manter a ereção do pênis) é causada por questões psicológicas, ou seja, a pressão emocional que o homem sente em “não falhar” diante da parceira.
Porém, alguns casos têm origem fisiológica e precisam de uma avaliação mais aprofundada, com exames diagnósticos como o ultrassom peniano. Isso acontece principalmente quando existem outras doenças associadas ou quando o paciente faz uso de determinadas medicações por um tempo prolongado.
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Saúde e Ciências do Oregon (EUA), publicado na revista científica “Spine”, revelou que mais de 31% dos homens tratados de dores nas costas (dorsalgia) com analgésicos (opióides) por, pelo menos 4 meses, também tiveram que usar medicamentos para disfunção erétil ou reposição de testosterona.
Eles observaram ainda que a idade foi um dos fatores que mais influenciou à prescrição de medicamentos para a falta ou dificuldade de ereção, associados ao tratamento de dores nas costas.
Homens com idade entre 60 e 69 anos apresentaram uma probabilidade 14 vezes maior de precisar de remédios para tratar a disfunção do que os na faixa etária dos 18 aos 29 anos de idade.
Mesmo com essa variável da idade, os pesquisadores concluíram que o uso por longo prazo de analgésicos aumentou em 50% a probabilidade destes homens desenvolverem problemas de ereção e precisarem de tratamento medicamentoso.
Isso não quer dizer que os analgésicos causam disfunção erétil, mas é um alerta para, por exemplo, o controle da automedicação. Afinal, é comum ao sentir uma dor de cabeça ou dores nas costas, as pessoas recorrem a este tipo de medicamento, que nem sempre necessita de prescrição médica.
Por isso, na dúvida, busque sempre a ajuda de um especialista.
João Luis Borzino é terapeuta sexual de casais e sexólogo com mais de 12 anos de atuação profissional.