LIBIDO NÃO DEPENDE SÓ DE QUESTÕES AFETIVAS E AMOROSAS
Você sabia que uso de medicamentos para problemas cardíacos, urológicos, gástricos e até mesmo os anticoncepcionais podem ser responsáveis pela diminuição ou falta do desejo sexual?
Muitos casais chegam aflitos ao consultório, relatando que, na hora do sexo, já não sentem mais o mesmo “apetite” de antes e, normalmente, tendem a pensar que o amor pelo parceiro ou parceira acabou. Porém, nem sempre isto é verdade.
Ao contrário do que muita gente pensa, a libido (do latim, desejo sexual) não depende só de questões afetivas e amorosas. Problemas financeiros, familiares ou de saúde, além de perdas e traumas também podem interferir.
O anticoncepcional, por exemplo, provoca alterações hormonais como a redução de testosterona, fazendo com que, em média, 35% das mulheres sintam redução na libido.
O uso de calmantes (ansiolíticos e antidepressivos) também pode provocar reduções drásticas do desejo sexual de homens e mulheres. Isto porque estes medicamentos agem no sistema nervoso central e nos neurotransmissores (substâncias químicas produzidas pelas células nervosas), interferindo no humor e na resposta sexual da pessoa, que pode ter sua libido reduzida.
Outros remédios largamente utilizados pela população e que podem diminuir o desejo sexual, especialmente nos homens, são os anti-hipertensivos (que controlam a pressão alta). Os com beta bloqueadores agem diretamente na área do cérebro responsável pela libido e os diuréticos reduzirem o fluxo de sangue para o pênis. Ambos diminuem o desejo sexual
Já os antialérgicos ou anti-histamínicos podem provocar um efeito contrário, ou seja, excitação sexual e orgasmo. Mas, no caso das mulheres, também podem causar secura vaginal gerando desconforto durante a relação.
Por isto, fique atento e caso desconfie que algum medicamento esteja afetando a sua libido, fale abertamente com o seu médico. Só uma conversa franca e sem pudores poderá permitir que o terapeuta faça o diagnóstico correto e lhe oriente sobre qual o melhor tratamento adotar para a solução do problema.
* João Luis Borzino é sexólogo e terapeuta sexual de casais com mais de 12 anos de atuação profissional.